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Tabagismo passivo aumenta os problemas neurocomportamentais na infância

De acordo com uma nova pesquisa, a exposição ao tabagismo passivo em casa está associada a um risco aumentado para transtornos neurocomportamentais em crianças menores de 12 anos de idade. Zubair Kabir, MD, PhD, do Tobacco Free Research Institute, em Dublin na Irlanda, e colaboradores publicaram suas descobertas online em 11 julho na Pediatrics. "Os resultados deste estudo mostram mais uma razão para não fumar perto de seus filhos", o autor sênior Hillel Alpert, ScM, da Escola de Saúde Pública de Harvard em Boston, Massachusetts "Nós já havíamos relatado a associação com otite média. Uma série de doenças da infância têm sido associadas ao tabagismo passivo e ao fumar em casa, incluindo aquelas presentes nos relatórios do Surgeon General. Dessa forma, uma casa livre do fumo tem grandes vantagens na proteção contra doenças da infância" disse o Dr. Alpert. Problemas respiratórios, um maior risco de síndrome da morte súbita infantil e de infecções respiratórias agudas, crises de asma mais frequentes e mais graves têm sido descritos em crianças expostas ao tabagismo passivo. No entanto, escrevem os pesquisadores, em 2007, cerca de 5,5 milhões de crianças americanas viviam em famílias onde alguém fumava dentro de casa. Para examinar transtornos neurocomportamentais comuns na faixa pediátrica, incluindo transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, dificuldades de aprendizagem e transtornos de conduta em crianças expostas ao tabagismo passivo em casa, os investigadores acessaram a Pesquisa Nacional de Saúde da Criança realizada entre abril de 2007 e julho de 2008 e analisaram 55.358 crianças menores de 12 anos de idade. O estudo constatou que 6% das crianças abaixo de 12 anos eram expostas ao tabagismo passivo em casa. "Este 6% corresponde a um total ponderado de 4,8 milhões de crianças em todo Estados Unidos", comentou o Dr. Alpert. Destas crianças, 8,2% apresentaram dificuldades de aprendizagem, 5,9% tinham transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, e 3,6% tinham transtornos de comportamento e conduta. As chances de uma criança ter duas ou mais dessas condições em uma casa onde as pessoas fumavam foi 50% maior do que em famílias sem tabagistas. Meninos apresentaram um risco significativamente mais alto e crianças maiores, com idades entre 9 a 11 anos, e aqueles que vivem em domicílios com os maiores níveis de pobreza tiveram o maior risco. Os pesquisadores estimam que 274.000 casos de transtornos neurocomportamentais poderiam ter sido evitados se não houvesse consumo de tabaco nas suas casas. "O tabagismo passivo não é o único fator causador de doença neurocomportamental em crianças", disse o Dr. Alpert. "No entanto, nossa análise foi capaz de controlar estatisticamente para uma grande variedade de fatores demográficos, como a pobreza e o tipo de agregado familiar." Ele acrescentou que é importante destacar que esses transtornos neurocomportamentais são passíveis de prevenção. "Muitas dessas condições poderiam ser evitadas se os lares fossem livres do tabagismo." "O tabagismo passivo está associado ao prejuízo das habilidades cognitivas e problemas neurobiológicos em crianças, além do aumento esperado de doenças respiratórias", disse a Dra. Wilson, cuja pesquisa concentra-se em exposição ao tabagismo passivo em crianças. "O estudo ressalta a importância de proteger todas as crianças contra qualquer exposição ao tabagismo passivo", disse ela. Pediatrics. Published online July 11, 2011.