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Asma e bronquite: entenda a diferença entre as duas doenças

Engana-se quem pensa que a chegada das temperaturas mais baixas é apenas sinônimo de gripe e resfriado. Apesar de não ser transmissível, a asma e a bronquite são doenças que costumam afetar grande parte da população nesta época do ano. Somente no Brasil, existem cerca de 20 milhões de asmáticos. Para orientar a população sobre a doença, originou-se uma data comemorativa: o Dia Nacional da Asma, celebrada em 21 de junho. Estima-se que, de seis a sete brasileiros morrem diariamente em decorrência da asma, segundo o Ministério da Saúde. 

A bronquite aguda também é muito comum em todo o mundo. Contraída por pessoas de qualquer faixa etária, desde crianças até idosos, a doença é caracterizada pela inflamação dos brônquios. A médica pneumologista do Hospital Dia do Pulmão, Dra. Caroline Uber Ghisi, conta que muitas pessoas fazem confusão, acreditando que a asma e bronquite são a mesma doença. “Antigamente, a asma era denominada de bronquite. Mas, é importante ressaltar que, são duas doenças distintas, embora atinjam a mesma região: as vias respiratórias”, diz. 

A pneumologista também destaca que, tanto a bronquite quanto a asma são mais comuns na infância. “Na grande maioria dos pacientes a tendência é de regressão na adolescência e, no caso da asma, pode não ocorrer mais sintomas na vida adulta, mas não existe regra. Alguns pacientes podem permanecer com asma ao longo da vida”. 

Por outro lado, existem pacientes que iniciam com sintomas de asma apenas na vida adulta, após a prática de atividades físicas – chamada de asma induzida por exercício – ou durante a gestação, conhecida como asma gestacional. “Em qualquer uma destas situações, a consulta e o acompanhamento com o pneumologista são fundamentais”, comenta. 

A médica ainda ressalta que, a terminação “ite”, pode ser traduzida para inflamação. “Quando falamos em bronquite, estamos dizendo que os brônquios – que são aqueles pequenos ‘canos’ que levam o ar até os pulmões – estão inflamados, e existem muitas causas que inflamam os brônquios, como exposição a fumaças, poeiras, produtos químicos, exposição a vírus e bactérias. Neste caso, dizemos que é a bronquite aguda”, esclarece. 

Ou seja, na bronquite aguda os sintomas têm curto tempo de evolução, geralmente dias, e costumam ser resolvidos com tratamentos mais curtos e limitados. Já na asma a inflamação brônquica que ocorre é crônica, e, os sintomas possuem início e duração mais prolongados, semanas ou meses, necessitando de tratamento regular e prolongado. 

A asma é uma doença crônica e tem causa genética. Nesta situação, o paciente apresenta inflamação nos brônquios mesmo sem se expor a fatores ambientais, embora a exposição piore a doença e possa desencadear crises. Ghisi completa que a exposição em ambientes insalubres, mofados, com infiltração nas paredes, exposição a poeiras e a própria oscilação diária da temperatura, típica do outono e inverno em nossa região, é suficiente para desencadear crises e piorar a doença. A exposição a infecções virais e bacterianas também costuma piorar os sintomas da asma, provocando crises. 

A bronquite aguda, em contrapartida, é autolimitada e ocorre após insultos agudos, melhorando após tratamento curto e direcionado por um especialista. “Para controlar o problema e reduzir o risco de complicações é essencial que cada indivíduo tenha o tratamento adequado”, explica a Dra. Caroline. 

Quais os sintomas e como é feito o disgnóstico da asma e bronquite? 

Sensação de opressão no peito, falta de ar, dificuldade de encher completamente os pulmões, chiado no peito, cansaço excessivo nas atividades do dia a dia ou nas atividades físicas, são alguns dos sintomas da asma. A médica explica que tudo isso ocorre em decorrência dos brônquios estarem constantemente inflamados e, sem o tratamento adequado, pode gerar dificuldade na passagem do ar através dos brônquios, causando a falta de ar. 

Na bronquite, a falta de ar, irritação na garganta, febre, tosse com secreção, chiado e dor no peito, são alguns dos sintomas. Para a detecção da doença, o especialista faz uma série de perguntas sobre os hábitos do paciente, chegando assim ao diagnóstico. 

O diagnóstico da asma, por sua vez, ocorre por meio do histórico do paciente, exame físico e também pela investigação com exames específicos de função pulmonar, como a expirometria e o teste de broncoprovocação, popularmente conhecidos como “exames de sopro”. “Nestes exames o pneumologista avalia uma série de critérios para entender se os brônquios do paciente estão inflamados ou parcialmente fechados”, conta a médica. 

Com o avanço das tecnologias e novos medicamento, o tratamento de doenças ganhou um forte aliado. A bronquite aguda permanece por no máximo, 15 dias. O tratamento pode variar, com uso de vaporizantes e analgésicos. 

Na asma, o acompanhamento é feito com medicações inalatórias. Existem diversos tipos de inaladores hoje no mercado. A especialista explica que a escolha da melhor opção depende de diversos fatores, incluindo a gravidade da doença, a capacidade pulmonar do paciente em aspirar a medicação, e até mesmo a preferência e adaptação pessoal do paciente em relação ao produto.

“Sendo assim, o acompanhamento com o pneumologista é fundamental para a adequação do paciente ao tratamento. Atualmente, o tratamento deve ser individualizado e personalizado”, finaliza Dra. Caroline. 

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