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10% dos Cânceres de Pulmão Ocorrem em Não Fumantes

Embora o cigarro seja considerado o responsável por cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão, segundo os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), nas últimas décadas vem aumentando o índice de não fumantes que desenvolveram a doença. A exposição à fumaça pode ocasionar desde reações alérgicas, como rinite, tosse, conjuntivite, até DPOC (enfisema pulmonar/ bronquite crônica), infarto agudo do miocárdio, e câncer de pulmão. Nas crianças, os casos de infecções respiratórias aumentam com a exposição ao tabaco. 

O médico pneumologista do Hospital Dia do Pulmão, de Blumenau, Santa Catarina, Dr. Mauro Sérgio Kreibich, explica que o câncer de pulmão também pode estar associado ao fumo passivo e à poluição ambiental. “O tabagismo passivo é gerado a partir da queima de produtos de tabaco ou da própria fumaça produzida pelo fumante. Ainda existem os malefícios da poluição atmosférica a nossa saúde, podendo ocasionar a doença. Hoje em dia cerca de 10% das pessoas que não fumam, acabam desenvolvendo câncer de pulmão”, afirma. 

O pneumologista destaca que a fumaça liberada pelo cigarro contém aproximadamente três vezes mais monóxido de carbono, três vezes mais nicotina, e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça inalada pelo fumante. “O fumante deve ter a consciência de que a fumaça pode causar doenças nas pessoas que ele convive durante o dia a dia, e que não existe distância ou qualquer outro meio seguro para a exposição à fumaça”, esclarece Dr. Kreibich.

Outro sinal de alerta para as pessoas é o fumo de terceira via.  Aquele que sentimos em um ambiente comum ao fumante, quando o cheiro fica impregnado no local ou mesmo na pessoa. “O fumo de terceira via é tudo o que sobra depois da fumaça visível. As toxinas do tabaco permanecem ativas ao ambiente, mesmo depois que o cigarro é apagado, o que é altamente nocivo para as pessoas que estão no mesmo local. Nas crianças o perigo é ainda maior, já que estão mais próximas do chão e de outras superfícies onde as toxinas se depositam, estando mais expostas à contaminação”, ressalta o médico. 

Diferença do câncer de pulmão entre quem fuma e quem não fuma

O médico explica que o câncer de pulmão em não fumantes é do tipo adenocarcinoma. “Ou seja, cresce nas áreas externas do pulmão, não apresentando sintomas, representando um aumento de risco para os fumantes passivos, que acabam demorando para buscar ajuda médica”, revela. 

Já nos fumantes, o tipo de câncer que se desenvolve é o carcinoma de células escamoides. “O câncer é desenvolvido nas vias aéreas, causando sintomas mais perceptíveis, como tosse ou tosse com sangue”, conclui o médico pneumologista Dr. Mauro Sérgio Kreibich. 

Todavia é importante destacar que existe um período de latência prolongado entre o início do tabagismo (em todas as suas formas) e os primeiros sintomas atribuíveis ao uso do tabaco.
Logo, quem fuma, ou tem contato indireto com qualquer forma de tabaco, deve avaliar o seu estado de saúde com frequência e regularidade.
O mesmo deve ser feito naqueles que são submetidos a poluição atmosférica e/ ou profissional, chamando atenção para a ocorrência de doenças respiratórias relacionadas a queimada de material orgânico como por exemplo a madeira (lenha).

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